Os 500 anos da rua das Flores
Em 2021, passam quinhentos anos da abertura da rua das Flores; rua de ourives, fidalgos e mercadores. Venha conhecer a história daquela que foi a rua mais comercial do Porto e que ajudou a cidade a expandir-se para além da zona ribeirinha.
Manuel de Sousa
Trânsito automóvel na rua das Flores; foto de 1963 [Arquivo Municipal do Porto | Porto Desaparecido] |
Em 2021, passam exatamente quinhentos anos da abertura do arruamento que Horácio Marçal apelidou de "rua dos fidalgos e dos mercadores, dos ourives e dos amores": a rua das Flores. Eugénio de Andrade enalteceu-a, dizendo que é "uma rua digna de Florença" e Helder Pacheco, acrescentou: "toda a rua é um museu de arquitetura e de elementos artísticos".
Há 500 anos, por cima de um antigo carreiro paralelo ao rio da Vila, abriu-se um novo arruamento, ligando o movimentado largo de São Domingos à porta de Carros da muralha fernandina – mandada abrir na mesma data, ampliando o postigo preexistente. Nas imediações, três anos antes, tinha começado a ser erguido o mosteiro de São Bento de Ave-Maria (onde hoje está a estação ferroviária de São Bento). A iniciativa terá partido do corregedor António Correia, com a devida autorização do rei D. Manuel I. Esta nova via melhorou as ligações comerciais do Porto com as cidades e vilas do interior do Entre Douro e Minho.
Mosteiro de São Bento de Ave-Maria visto da parte da rua das Flores que era inicialmente designada por rua dos Canos; foto de c.1890 [Arquivo Municipal do Porto | Porto Desaparecido] |
A par da rua Nova (hoje, do Infante D. Henrique), a rua das Flores foi uma das mais amplas e retilíneas da cidade, sendo calcetada em 1542. Em 1549, João de Barros, na sua Geografia de Entre Douro e Minho refere-a como sendo uma "rua mui nobre". O padre Rebelo da Silva, em 1789, aponta que a rua "contém as lojas mais ricas da cidade, tanto em fazendas de lã e seda como em todo o género de mercearias, porcelanas, lojas de ourives de ouro e prata".
Como a rua foi aberta em terrenos do Cabido e do bispo, determinou-se que os prédios nela construídos ostentassem um sinal que, de forma clara, distinguisse a quem pertencia o domínio. Assim, o Cabido escolheu marcar os seus prédios com a figura de São Miguel, enquanto o bispo D. Pedro da Costa, resolveu marcá-los com o símbolo heráldico do seu tio, o cardeal D. Jorge da Costa: uma roda de navalhas de Santa Catarina. Ainda hoje, passados vários séculos, é possível identificar estes símbolos esculpidos nas fachadas de alguns prédios da rua das Flores (e não só).
Roda de Santa Catarina, na casa n.º 79 (à esquerda), e São Miguel, na casa n.º 228 (à direita); fotos de 1933 [Guilherme Bonfim Barreiros; Arquivo Municipal do Porto] |
Foi batizada como rua de Santa Catarina das Flores porque, ao que nos afirmam o frei Manuel Pereira de Novais (1690) e o padre Rebelo da Costa (1789), havia sido rasgada em terrenos ocupados por hortas e jardins. No entanto, inicialmente, esta designação aplicava-se apenas ao trecho entre São Domingos e o cruzamento com a rua dos Caldeireiros. Entre esse ponto e São Bento, chamou-se rua dos Canos. Será importante lembrar que, o que nós hoje chamamos rua dos Caldeireiros, é um prolongamento da rua do Souto que ligava a Sé à porta do Olival. Todo este eixo já existia quando foi rasgada a rua das Flores.
Rua dos fidalgos
A abertura da rua das Flores coincidiu com o fim da extraordinária prerrogativa que a cidade do Porto tinha de impedir os nobres de se fixarem no burgo. E, por isso, assistimos aqui à implantação de várias casas de famílias nobres.
Ampla e airosa, a rua das Flores foi urbanizada rapidamente, erguendo-se casas de boa traça, muitas das quais não chegaram aos nossos dias. Um desses casos foi um prédio manuelino, onde morou a família Freitas Fortuna e que foi demolido na segunda metade do século XIX. Algumas das principais pedras da fachada, incluindo a imagem de São Miguel – significando que esta casa era foreira do Cabido –, acabaram por ir parar ao ateliê do escultor gaiense Teixeira Lopes. No local da antiga casa manuelina, foi erguido o prédio onde se instalou a Papelaria Reis e hoje está a Cidade das Profissões.
Casa manuelina, demolida no século XIX; desenho de 1908 [Albrecht Haupt, p.410] |
Como a rua das Flores foi rasgada paralela ao pequeno rio da Vila (que agora se encontra encanado, por baixo da rua de Mouzinho da Silveira), os quintais das casas do lado sul terminavam nesse ribeiro.
Uma das casas mais antigas da rua, é a primeira, fazendo gaveto com o largo de São Domingos. O prédio foi erguido logo na década de 20 do século XVI, mas a família Cunha Pimentel só o veio a ocupar em 1701. Foi Luís da Cunha Pimentel, capitão-mor de Provesende, Gouvães e Ribatua, que mandou colocar a pedra armorial no cunhal do edifício, o que, à época, lhe custou 40 mil réis. A família manteve o edifício do gaveto até 1918, mas os Cunhas Pimentéis chegaram a deter os cinco primeiros prédios da rua – atuais números 2 a 30 –, até ao edifício onde hoje está o alfarrabista Chaminé da Mota. Mesmo ao lado, nos atuais números 32 a 36, no início do século XVIII, residiu o fidalgo António de Távora de Noronha Leme e Cernache, tendo aqui nascido os mais velhos dos seus quinze filhos, nomeadamente D. Jerónimo, futuro deão da Sé do Porto e que esteve muito ligado à vinda de Nicolau Nasoni para o Porto e à sua permanência na cidade.
Do lado oposto da rua, fica a Casa dos Maias ou dos Ferrazes Bravos. Trata-se de uma ampla casa apalaçada, erguida pelo fidalgo Martim Ferraz. A feição quinhentista inicial foi alterada por obras setecentistas. Ostenta duas grandes pedras de armas onde figuram os brasões partidos dos Bravos e Ferrazes. Data da época das obras de renovação do imóvel, de meados do século XVIII, a construção de uma capela no pátio, de planta octogonal, cujo risco é atribuído a Nicolau Nasoni. A propriedade prolongava-se até à rua da Vitória – com uma cota bastante mais elevada –, onde se localizavam as cocheiras. Atualmente, a Casa dos Maias abriga um hotel de cinco estrelas da cadeia madeirense Porto Bay.
Casa da Companhia; foto de c.1910 [Foto Guedes; Arquivo Municipal do Porto | Porto Desaparecido] |
Um pouco mais à frente, temos a Casa da Companhia. Criada em 1756, pelo Marquês de Pombal, a Companhia Geral de Agricultura das Vinhas do Alto Douro teve inicialmente o seu escritório ou casa do despacho, como era uso dizer-se, na rua Nova (hoje do Infante D. Henrique). Só mais tarde, se mudou para este local, acabando por adquirir o edifício em 1809 pela avultada soma de 23 contros de réis. Até ao fim do século XIX, tinha uma força militar, composta por um cabo e três soldados, que montava guarda ao edifício de dia e de noite. Presentemente, o edifício está a sofrer obras profundas e vai reabrir brevemente como... Consegue adivinhar, caro(a) leitor(a)? Sim, claro. Será outro hotel de cinco estrelas.
Casa dos Sousas e Silvas; foto de 1958 [Arquivo Municipal do Porto | Porto Desaparecido] |
Passada a estreita e íngreme rua do Ferraz, surge-nos a Casa dos Sousas e Silvas que, na verdade, são duas casas de dois andares, com uma pedra de armas de granito dos Sousas (de Arronches) e Silvas na parede do primeiro andar, datada de 1703. No século XVI, pertenceu a Gaspar Ferraz, cavaleiro fidalgo da casa do duque de Bragança e provedor da Misericórdia, e seu filho, Afonso Ferraz, chantre da Sé do Porto. A eles se deve a designação de rua do Ferraz. A Casa dos Sousas e Silvas foi recentemente intervencionada, mas, ao contrário do que aconteceu à maioria dos edifícios recuperados nesta rua, não deu origem a uma unidade hoteleira, mas sim a treze habitações.
Casa dos Constantinos; foto de 1942 [Arquivo Municipal do Porto | Porto Desaparecido] |
Mais adiante, no número 139, fica a Casa dos Constantinos. No início do século XVIII, aqui viveu Constantino António Alves do Vale, cavaleiro professo na Ordem de Cristo, tesoureiro das Sisas, do Real de Água, do Cofre das Obras Públicas e do rendimento da ponte das barcas. Esta propriedade tinha hortas e pomares até à rua da Vitória, onde se localizavam as cocheiras e outras dependências de apoio à casa principal. Este edifício é encimado pelo brasão da família. Aqui funcionou a primeira sede da Associação Industrial Portuense, fundada em 1849 e hoje designada por Associação Empresarial de Portugal – AEP. Atualmente, estão aqui instaladas duas unidades hoteleiras: do lada da rua das Flores, fica o Flores Village; do lado da rua da Vitória, nas antigas cocheiras, o Vitória Village.
D. Lopo de Almeida
Muito antes da abertura da rua das Flores, já existia o hospital-albergaria de Santa Maria de Rocamador. Estendia-se por uma vasta área que, basicamente, corresponde ao miolo do quarteirão compreendido entre as atuais ruas das Flores, dos Caldeireiros, da Vitória e do Ferraz. Começou por ser gerido pelos religiosos da Ordem de Santa Maria de Rocamador mas, em 1459, o rei D. Afonso V substituiu-os pelos cónegos Loios, vizinhos do hospital. No seu tempo, foi considerado o mais bem apetrechado do Porto, dotado de "dezoito camas para pobres, mais cinco casas para homens honrados". Dispunha de médico, cirurgião, hospitaleiros e sangradores. Incluía hospital, capela, albergaria para peregrinos e pomares. Tinha como atribuições, tratar dos doentes, zelar pelo culto e dar sepultura, no seu cemitério privativo, aos que morressem nas suas enfermarias.
A sorte do hospital de Rocamador mudou radicalmente em 1584, quando morreu, em Madrid, o riquíssimo sacerdote D. Lopo de Almeida que deixou a sua fortuna à Misericórdia do Porto, com o encargo de a aplicar num hospital. Desta forma, o velho hospital de Rocamador transformou-se no hospital de D. Lopo de Almeida, sendo o precursor do atual hospital de Santo António. Quando, dois séculos depois, abriu o Santo António e se concluiu a transferência de todos os doentes para a nova unidade, o velho complexo começou a cair em ruínas, sendo repartido por vários talhões e vendido. No local onde hoje se ergue o prédio com os números 171 a 177 estava a principal entrada do hospital D. Lopo; na rua dos Caldeireiros, número 43, sobrevive o antigo portão, chamado dos carros, que dava serventia ao hospital.
Claustro do antigo Hospital de D. Lopo, nas traseiras da casa n.º 171 da rua das Flores; foto de 1937 [Guilherme Bonfim Barreiros | Arquivo Municipal do Porto] |
A rua das Flores é, também, a rua da magnífica igreja da Misericórdia do Porto. A Confraria de Nossa Senhora da Misericórdia foi fundada em 1499. Funcionando inicialmente na capela de Santiago, do claustro velho da Sé, a Misericórdia veio para a rua das Flores em 1550. Lutando contra grandes dificuldades financeiras, a capela-mor foi erguida graças, também, ao importante legado de D. Lopo de Almeida. Em meados do século XVIII, coube a Nicolau Nasoni o traço da nova e magnífica frontaria da igreja que permanece até aos nossos dias. Na antiga secretaria da Misericórdia, desde 2015, está instalado o Museu da Misericórdia do Porto – MMIPO.
Igreja da Misericórdia; foto de c.1960 [Arquivo Municipal do Porto | Porto Desaparecido] |
Sendo a rua das Flores uma das mais centrais da cidade, por aqui passavam as principais procissões que se realizavam no Porto. Nesses dias, os prédios tinham as janelas e varandas engalanadas com vistosas colchas e bandeiras e muita gente. Por aqui passavam as procissões dos Passos, de Cinza, da Paixão, do Corpo de Deus, da Santíssima Trindade, da Visitação de Nossa Senhora a Santa Isabel, das Endoenças (ou dos Fogaréus), entre outras.
Mas, nem só de festas vivia a rua das Flores. Vindos da Cadeia da Relação e descendo os Caldeireiros, pelas Flores passavam também os condenados à morte quando, entre 1714 e 1822, a forca esteve montada na Ribeira.
Rua literária
A rua das Flores era, também, uma rua literária. Em meados do século XIX, dois comerciantes desta rua foram responsáveis pela publicação de duas importantes revistas de poesia. António Pinheiro Caldas, mercador de panos e algibebe, foi o responsável por O Bardo que se publicou entre 1852 e 1854. Por sua vez, o ourives João Marques Nogueira Lima foi o fundador do semanário A Grinalda que foi, no seu tempo, o jornal de poesia mais lido do País. Foi publicado durante 14 anos sem interrupção – de 1855 a 1869 – e tinha sede no número 37 das Flores.
A rua era, também, muito frequentada por Camilo Castelo Branco, que aqui fez decorrer o enredo do seu romance A filha do arcediago, publicado em 1854. Nesta rua vivia e tinha o seu estabelecimento comercial o seu amigo Freitas Fortuna. A proximidade entre ambos era tanta que, como sabemos, Camilo acabou por encontrar o descanso eterno no jazigo da família Freitas Fortuna, no cemitério da Lapa. Freitas Fortuna tinha um irmão médico, nascido nesta rua, que se tornou célebre. Chamava-se Vicente Urbino de Freitas. A celebridade, no entanto, não lhe veio da medicina, mas sim de um horrendo crime no qual esteve envolvido. Não me vou alongar sobre este assunto, já que o tema merece um artigo próprio. Voltarei a ele numa próxima oportunidade.
Rua de ourives e mercadores
Fazendo jus à cantiga popular “Adeus, cidade do Porto / Adeus, rua das Flores; / De um lado tens só ourives, / Do outro tens mercadores”, a rua das Flores sempre foi uma artéria muito comercial.
Estabelecimento da União Comercial, com o típico carro de bois à porta. Neste edifício, mais tarde, estabeleceu-se a Papelaria Reis; foto de c.1890 [CPF | Porto Desaparecido] |
De visita ao Porto em 1873, a já nossa conhecida Lady Jackson, deixou-nos este retrato pitoresco:
"A rua das Flores é a mais frequentada do Porto. É comprida e estreita demais para o tráfico que tem; mas o pavimento é bom. Aos sábados vai cheia de gente, como qualquer rua de Londres. Pelo meio vão a par, e chiando, dois abomináveis carros [de bois]. De vez em quando, um cavaleiro arrisca-se a escoar-se por entre eles, serpeando por aqui e por acolá; e, às vezes, depara-se-nos uma carruagem encravada entre os carros, com a parelha a esbravejar à beira dos pacientes bois."
A concentração comercial manteve-se por grande parte do século XX. Em 1955, dos 98 edifícios que ladeavam a rua das Flores, Horácio Marçal contabilizou 105 estabelecimentos comerciais.
Na ala sul da rua, estavam tradicionalmente os mercadores, com armazéns de malhas e miudezas, mercearias de chá e café, papelarias e lojas de ferragens. Os ourives estabeleciam-se do lado norte da rua, alguns com clientes famosos e produzindo grandes obras, premiadas internacionalmente. Muito pujantes em meados do século XIX – na época em que as Flores eram a rua do Ouro do Porto –, o seu número foi decrescendo ao longo dos anos. Em 1882, havia 41 ourivesarias na rua das Flores; em 1910 eram trinta; em 1938, vinte; em 1972, dezasseis; em 1991, oito. Atualmente, a confiar na informação facultada pelo Google, restam apenas seis.
Cartão publicitário da ourivesaria Albino Coutinho e Filhos [Arquivo Municipal do Porto] |
Rua da elite, a rua das Flores foi acompanhando a vitalidade comercial e social da cidade. A abertura da paralela rua de Mouzinho da Silveira, na década de 1870, veio retirar a função de ligação entre a zona da Ribeira e a nova Baixa que se desenvolveu em torno da, atualmente designada, praça da Liberdade. Na verdade, como já vimos, a subida da Baixa muito se ficou a dever à rua das Flores.
Bilhete-postal vendo-se a rua das Flores (à direita) e a rua de Mouzinho da Silveira (à esquerda), aberta 350 anos mais tarde [doportoenaoso.blogspot.com | Porto Desaparecido] |
O desenvolvimento do eixo comercial Clérigos-Santo António/31 de Janeiro, com extensões para as ruas das Carmelitas, do Almada e de Santa Catarina, foi retirando protagonismo comercial às Flores.
Desde o início do século XXI que a rua das Flores foi recuperando algum do movimento que historicamente sempre a caracterizou. Em 2014, foi transformada em rua inteiramente pedonal. Casas brasonadas e prédios de vários andares, alguns em adiantado estado de degradação, foram recuperados e reconstruídos, por regra, adaptados a estabelecimentos hoteleiros. O mesmo se passou com o comércio, que se foi adaptando progressivamente a uma clientela internacional que escolhia o Porto para um city break. Como aconteceu por todo o centro histórico do Porto, também aqui a população residente foi-se reduzindo. Eis que, de forma completamente inesperada, no início de 2020, surge uma pandemia que rapidamente se espalha por todo o planeta, esvaziando a rua das Flores. Veremos o que o futuro nos reserva, sempre na esperança de que a rua das Flores recupere algum do prestígio perdido, o que, no nosso entender, só poderá ser feito de forma sustentável, apostando também na fixação de população residente.
Caríssimo(a) leitor(a), faço votos que este artigo tenha contribuído para um maior conhecimento da rua da Flores. Até à próxima!
Para saber mais:- AFONSO, J.F. (2000). A rua das Flores no século XVI: Elementos para a história urbana do Porto de Quinhentos. 2.ª ed., Porto: FAUP.
- COSTA, A.R. (1789). Descripção topografica e historica da cidade do Porto. Porto: Oficina de António Álvares Ribeiro [disponível online].
- DELGADO, A.P., VALENÇA, P.Q., GUIMARÃES, M.M. (coord.) (2012). Eixo Mouzinho/Flores: Território do recolhimento e do mercadejar. Porto: Porto Vivo, SRU - Sociedade de Reabilitação Urbana da Baixa [disponível online].
- FERREIRA, M.C. (2017). Prontuário de toponímia portuense. Porto: Afrontamento [compre online].
- GRAÇA, M. & PIMENTEL, H. (2002). Seis percursos pelo Porto Património Mundial. Porto: Afrontamento [compre online].
- HAUPT, A. (1908). A arquitectura da Renascença em Portugal. Porto: Serões.
- JACKSON, C.C.L. (2007) [1877]. A formosa Lusitânia: Portugal em 1873. Trad.: Camilo Castelo Branco. Lisboa: Caleidoscópio [compre online].
- MARÇAL, H. (1955). A rua das Flores I. O Tripeiro, 5.ª série, ano 10, n.º 10 (fevereiro), pp. 301-305.
- MARÇAL, H. (1955). A rua das Flores II. O Tripeiro, 5.ª série, ano 10, n.º 11 (março), pp. 329-333.
- MARÇAL, H. (1955). A rua das Flores III. O Tripeiro, 5.ª série, ano 11, n.º 1 (maio), pp. 11-15.
- MARÇAL, H. (1955). A rua das Flores (aditamento e correcção). O Tripeiro, 5.ª série, ano 11, n.º 2 (julho), pp. 55-56.
- PACHECO, H. (1984). Porto: Novos guias de Portugal. Lisboa: Presença [compre online].
- SILVA, G. (2007). Porto: Da história e da lenda. Cruz Quebrada: Casa das Letras [compre online].
- SOUSA, M. (2017). Porto d'honra: Histórias, segredos e curiosidade da Invicta ao longo dos tempos. Lisboa: A Esfera dos Livros [compre online].
BOA TARDE
ResponderEliminarCOMO SE CHAMAVA O EDIFCIO QUE SE SITUA EM FRENTE Á CASA DA COMPANHIA QUE FAZ ESQUINA COM A PONTE NOVA E VAI QUASE ATÉ MOUZINHO DA SILVEIRA E HOJE SERÁ UM HOTEL DE 5 ESTRELAS?
Provavelmente, refere-se à Casa dos Brandões e Silvas...
EliminarApaixonante informação Sr. Manuel de Sousa. Muito obrigado
ResponderEliminarMuito obrigado por acompanhar este blogue!
EliminarExcelente informação sobre uma das mais lindas e históricas ruas da nossa cidade. Muito obrigado.
ResponderEliminarMuito obrigado por acompanhar este blogue!
EliminarUm excelente texto sobre a nossa Nobre Cidade Invicta. Obrigado
ResponderEliminarMuito obrigado por acompanhar este blogue!
EliminarA histórica rua das Flores... e a zona próxima envolvente... que está muito relacionada com a minha vida profissional na minha juventude nos anos 60.
ResponderEliminarA rua das Flores, originalmente, era a rua de Santa Catarina das Flores, com inicio no Largo de S.Domingos, que foi o centro cívico do Porto... e onde eram designados os vereadores da CMP, e que ia, até à praça dos Carros... parte sul (actual praça Almeida Garret, centro cívico da cidade, que passaria mais tarde, para a praça Nova (praça da Liberdade) desde à cerca de dois séculos.
Entre a rua das Flores e a rua dos Caldeireiros, existiu o primeiro grande hospital do Porto, desde a idade média, até nascer o actual Hospital de Santo António no século XVIII, o de D. Lopo.
E que por sinal conheci alguns dos seus vestigios, quando trabalhei durante cerca de um ano, na rua dos Caldeireiros nas Manefacturas Modesta - Artes Gráficas e fábrica de artigos didácticos de papelaria.
Algum tempo depois, passei a empregado da emblemática e antiga Papelaria Reis - rua das Flores,150.
Mais tarde, passei a empregado comercial, da centenária empresa, já extinta desde finais dos anos 60, José Pinheiro da Silva e Cª, onde muito cedo atingi a categoria máxima do comércio, com a categoria de primeiro caixeiro.
Passando finalmente para a rua do Almada (também naquela zona, em 1971) para a empresa, Lino & Ferreira, Lda, onde deixei de exercer a minha actividade desde 29 de abril de 1974, por passar a ser requisitado a todo tempo (full-time) como dirigente do sindicato dos trabalhadores do comércio do distrito do Porto.
Passando a ser presidente em julho de 1974 e durante mais cinco mandatos ganhos em eleições consecutivas, até abandonar o movimento sindical por divergências, em meados dos anos 80.
No período revolucionário, (1975) fui designado pelo movimento sindical para o conselho municipal das câmaras do Porto e de Gaia.
Aproveito a história da cidade, para lembrar a minha própria história, muito ligada às lutas e à cidade que me viu nascer e trabalhar no comércio, desde os 11 anos, tendo começado na FIRMO - Firmino dos Santos Carvalho, Lda (rua de Camões) e ser notado como dirigente dos trabalhadores portugueses e do comércio, principalmente!
António Jorge - editor
Gaia, 6 de maio de 2021
Muito obrigado pelo seu testemunho! Na verdade, as nossas histórias pessoais cruzam-se com a história da própria cidade.
EliminarExcelente resumo do que foi e é esta bela Rua das Flores que comemora os seus 500 anos. Por acaso haverá memória da ocupação comercial ou de outra área, que teve o edifício situado nos números 20-24, onde está atualmente a Claus Porto e onde esteve anteriormente o Museu das Marionetas?
ResponderEliminarLYTOGRAFIA LEALDADE, funcionou na Rua das Flores, número 22 na cidade do Porto, num edifício que em 1916 era pertencente a José António da Souza Nova, conforme registo de prédio urbano, artigo 137 da freguesia da Sé. Aliás, era dono dos números 14 a 30. Foi a sua familiar, Laurinda Ferreira Azevedo Souza Nova Mendes Correia, quem herdou os edifícios dos números 14 a 24.
EliminarEm 17 de Agosto de 1918 a Câmara Municipal do Porto emite a licença Nº 468/1918 em nome do inquilino, Quintino de Souza Camarinha, que tomou de aluguer por 10 anos o prédio com o número 20 a 24, para nele estabelecer um armazém de fazendas. Por considerar que a fachada é antiquada e com pouca estética, pede licença para alterar e custear as obras que têm de ser modestas. A fachada como construída, ainda se mantem aos dias de hoje. Em Dezembro de 1923 já funciona nova sociedade denominada “Araújo, Pinto & C.ª” e ocupa os números 20 a 24. Actualmente funciona a loja-museu “Claus Porto”, dedicada ao comércio de sabonetes e fragâncias.
LYTOGRAFIA LEALDADE, funcionou na Rua das Flores, número 22 na cidade do Porto, num edifício que em 1916 era pertencente a José António da Souza Nova, conforme registo de prédio urbano, artigo 137 da freguesia da Sé. Aliás, era dono dos números 14 a 30. Foi a sua familiar, Laurinda Ferreira Azevedo Souza Nova Mendes Correia, que herdou os edifícios dos números 14 a 24.
ResponderEliminarEm 17 de Agosto de 1918 a Câmara Municipal do Porto emite a licença Nº 468/1918 em nome do inquilino, Quintino de Souza Camarinha, que tomou de aluguer por 10 anos o prédio com o número 20 a 24, para nele estabelecer um armazém de fazendas. Por considerar que a fachada é antiquada e com pouca estética, pede licença para alterar e custear as obras que têm de ser modestas. A fachada como construída, ainda se mantem aos dias de hoje. Em Dezembro de 1923 já funciona nova sociedade denominada “Araújo, Pinto & C.ª” e ocupa os números 20 a 24. Actualmente funciona a loja-museu “Claus Porto”, dedicada ao comércio de sabonetes e fragâncias.
Obrigado Manuel pelo seu excelente Serviço Público em que transformou a sua página.
ResponderEliminarQuem quiser saber um pouco mais do Porto, e não só, só tem de 'pescar' as suas excelentes informações e pesquisas. Obrigado e um abraço.
Excelente Artigo , muito obrigada por partilhar o se conhecimento ;) Por acaso sabe o que existia no número 210 / 208 ao lado da loja que faz gaveto para Afonso Martins Alho ?
ResponderEliminarObrigada
Joana