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A mostrar mensagens de abril, 2021

Tragédia da ponte das barcas

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Todos os portuenses conhecem as Alminhas da Ponte, na Ribeira, e já ouviram falar da Tragédia da Ponte das Barcas, ocorrida a 29 de março de 1809 e considerada um dos episódios mais marcantes de toda a história do Porto. Mas, afinal, porque se deu esta tragédia? Que aconteceu à ponte da barcas?  Ao certo, quantas pessoas morreram? Venha conhecer as respostas a estas e outras questões! Manuel de Sousa Alminhas da Ponte , baixo-relevo em bronze, do escultor Teixeira Lopes, pai [Dafema |   Wikimedia Commons ] Comecemos no início do século XIX. A corte portuguesa vivia uma situação atípica. Devido à sua doença mental, a rainha D. Maria I foi declarada incapaz de governar, tendo o seu filho mais velho, D. João, assumido a regência. Os ventos de mudança que varriam a Europa ainda não tinham chegado a Portugal, que vivia numa bonomia, perpetuando as velhas tradições da monarquia absolutista.  Mas, em 1801, Espanha e França invadiram Portugal, num conflito breve, conhecido como a Guerra das La

Batalha: no centro do turbilhão político

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Local de teatros, cinemas, hotéis e cafés, a praça da Batalha foi também centro de debate político e de manifestações, polo de oposição, conspiração e rebelião, chegando mesmo à luta armada. Venha conhecer alguns episódios de convulsões sociais e políticas vividos na Batalha. Manuel de Sousa Caro(a) leitor(a), depois de ter escrito sobre  a fisionomia, as origens , a evolução urbanística , as salas de espetáculo , as hospedarias e os hotéis , os botequins e os cafés , queria terminar este ciclo da Batalha, com um artigo dedicado ao facto desta praça, desde o final do século XIX, ter estado no centro do turbilhão político do Porto, já que por aqui passaram alguns dos conflitos mais marcantes da história da cidade e do País. Começaria por lembrar que nós, portugueses, temos de nós próprios a imagem de um povo de brandos costumes. Miguel Torga (1907-1995) resumiu, de forma seminal, esta nossa maneira de ser: "É um fenómeno curioso: o país ergue-se indignado, moureja o dia inteiro i

Hermínios: o "grand magasin" portuense

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Mais de cem anos antes da abertura do El Corte Inglés na região, a cidade do Porto já estava dotada de galerias comerciais do tipo parisiense. A mais famosa destas grandes superfícies oitocentistas chamava-se Grandes Armazéns Hermínios e ocupava uma vasta área, entre as ruas 31 de Janeiro e Sá da Bandeira. Quer saber mais pormenores? Leia este artigo...  Manuel de Sousa Devia ter aí uns 12 ou 13 anos de idade quando uma tia minha, nascida no dealbar do século XX, me falou pela primeira vez dos Armazéns Hermínios. E, como ela tinha vivido grande parte da sua vida em Paris, mantinha do Porto uma imagem  um tanto idealizada e  cristalizada no tempo. Talvez por isso, falava-me entusiasticamente dos Hermínios, como se tivessem existido há meia dúzia de anos quando, na verdade, haviam encerrado portas há meia dúzia de... décadas. Mas creio que a maioria dos portuenses não faz ideia de que, cem anos antes de abrir o primeiro El Corte Inglés em Portugal, no Porto já havia estabelecimentos

Marques da Silva: um arquiteto que moldou o Porto

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O Porto é uma cidade de grandes arquitetos. Temos a famosa Escola do Porto, temos Álvaro Siza Vieira e Eduardo Souto de Moura, arquitetos premiados internacionalmente. Mas, como sabemos, nada é de geração espontânea. Isaac Newton, em 1675, escreveu "Se eu vi mais longe, é por estar sobre os ombros de gigantes", querendo dizer que o progresso intelectual presente, parte sempre do conhecimento adquirido pelos que nos precederam. E, na arquitetura do Porto, um destes gigantes, sobre os ombros dos quais os atuais se puderam apoiar, foi José Marques da Silva. Vamos saber mais... Manuel de Sousa Diz o povo que "as histórias são como as cerejas" e, na verdade, quando o Porto é o tema, tudo parece estar encadeado. Uma história traz-nos à memória outra e depois mais outra e por aí fora... Isto para dizer que este artiguinho surgiu na sequência dos que escrevi sobre a nossa praça da Batalha , mais concretamente sobre o atual Teatro de São João e o seu autor. Construção do Te