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A mostrar mensagens de maio, 2021

O desejo num elétrico chamado 7

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A música Pica do 7 veio despertar no grande público português a curiosidade em relação a uma linha de elétrico que ligava o centro do Porto à Ponte da Pedra. Na verdade, ao longo de grande parte do século XX, o 7 foi responsável pelo desenvolvimento e integração na cidade de um importante eixo que incluía Arca d'Água, Amial e São Mamede de Infesta. Venha saber mais! Manuel de Sousa O 7 no seu término, na Ponte da Pedra, vendo-se o pica a colocar o trólei na posição para regressar ao Porto, enquanto os passageiros aguardam, em plena estrada; foto de 1974 [ Porto Desaparecido ] Nada me dá a pica que o pica do 7 me dá Todos conhecem a música Pica do 7 , cantada por António Zambujo, com letra do maiato Miguel Araújo. Pois bem, neste artiguinho vamo-nos debruçar sobre esta linha de elétrico que, na verdade, eram três: o 7, propriamente dito; o 7\ (lê-se sete com traço ); e o 7\\ (lê-se sete com dois traços ), sendo os últimos desdobramentos do primeiro. Nesses tempos, no carro elétrico

Santa Clara do Porto

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Com o seu sumptuoso revestimento de talha dourada, a igreja de Santa Clara do Porto é uma das maiores joias do barroco nacional. Numa altura em que está prestes a reabrir, após profundas obras de restauro, proponho uma viagem à, tantas vezes esquecida,  comunidade religiosa que habitou, em clausura, o mosteiro da qual a igreja fazia parte. Manuel de Sousa Vista do coro alto da igreja de Santa Clara do Porto; foto de 2018 [Manuel de Sousa] Em março de 1416,  cumprindo uma promessa feita por D. Filipa de Lencastre , falecida oito meses antes,  o rei D. João I e os seus filhos vieram ao Porto colocar a primeira pedra no que viria a ser o mosteiro de Santa Clara do Porto.  Implantava-se num local chamado  Carvalhos do Monte e ficava junto  das, ainda recentes, muralhas fernandinas. Por essa altura, a cidade  do Porto circunscrevia-se ao monte da Sé (chamado, na época, Pena Ventosa ), com um prolongamento urbano para a zona ribeirinha e para as áreas em redor dos conventos de São Francisco

Serra do Pilar: mosteiro, morro e aqueduto

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Com uma forte presença na paisagem ribeirinha do Porto e de Gaia, o mosteiro da Serra do Pilar encerra uma história fascinante. Conheça as peripécias da sua construção, o papel que jogou nas Guerras Liberais, o trajeto do seu aqueduto desaparecido e o obstáculo que o seu morro constituiu à ligação entre Porto e Gaia. Manuel de Sousa  A Serra do Pilar é um elemento marcante na paisagem da zona ribeirinha do Porto e Gaia. Seja porque é daí que se obtém o melhor bilhete-postal do Porto, seja porque marca de forma indelével qualquer vista da ponte Luís I , colhida a partir da Ribeira. Já para não falar do importante papel histórico que desempenhou, nomeadamente durante o Cerco do Porto (1832-1833). Isto tudo terá levado à sua inclusão na candidatura do Centro Histórico do Porto a Património da Humanidade, em 1996. Mosteiro da Serra do Pilar, ainda com sinais da destruição causada pelos confrontos do Cerco do Porto (1832-1833); foto de c.1920 [Foto Beleza | Porto Desaparecido ] Meijoeira, S

Rei Nicolau ou a tentação de Soult

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O Porto foi o alvo da segunda invasão francesa a Portugal, em 1809, a cargo do marechal Soult. Tomada a cidade, Soult deixou-se seduzir pela ideia de se tornar soberano desta terra conquistada. Por pouco tempo, já que seria escorraçado da cidade e do País 45 dias depois. Venha conhecer como tudo isto se desenrolou. Manuel de Sousa Passage of the Douro , de Henri L'Evêque, gravura de 1812 [Arquivo Municipal do Porto | Porto Desaparecido ] Já vimos , as razões que levaram Napoleão Bonaparte a ordenar a invasão de Portugal em 1808. Vimos como a família real portuguesa escapou a Junot, mudando-se para o Brasil. Vimos como o imperador confiou ao marechal Soult a incumbência da segunda invasão francesa, que deveria tomar o Porto e seguir caminho para Lisboa. Vimos como Soult ocupou a cidade do Porto a 29 de março de 1809, quando se deu a chamada Tragédia da Ponte das Barcas . Vamos, agora, prosseguir desse ponto e conhecer como se passou o resto da permanência de Soult em Portugal. O saq